António Assis de Almeida
Presidente do Conselho de Adminstração
Entregámos com sucesso a visão do ATLANTICO 2.1, missão que nos foi confiada pelos Accionistas em 5 de Maio de 2017.
Daniel Santos
Presidente da Comissão Executiva
O ATLANTICO é hoje um banco universal, mais ágil e focado no Cliente e líder na transformação digital em Angola.
Prezados Stakeholders,
Estimados Clientes,
Caros Colaboradores
2020 foi provavelmente o ano mais atípico das últimas décadas da história económica mundial. Uma estirpe viral de elevado nível de contágio e de letalidade espalhou-se rapidamente da cidade de Wuhan, China, para os quatro cantos do Mundo, levando ao encerramento de fronteiras, países, cidades e empresas, a um nível não visto desde a II Grande Guerra ou, provavelmente, desde a gripe espanhola.
A crise pandémica teve um grande impacto na economia global, com quase todas as economias mundiais a sofrerem uma acentuada retracção. Apenas a China voltou, pouco depois, a patamares de crescimento.
Houve fenómenos de contracção da procura de alguns bens e serviços e incremento na demanda de outros. Assim, por exemplo, a necessidade de produtos derivados de petróleo reduziu acentuadamente devido à diminuição da mobilidade de pessoas; os serviços de lazer sofreram igualmente uma contracção significativa, com o encerramento de fronteiras e do turismo mundial. Já os serviços de saúde, de internet e o e-commerce tiveram um incremento relevante.
A queda acentuada do preço do petróleo aprofundou os desafios e evidenciou as oportunidades, nomeadamente a forte dependência de importações e a natureza mono-produto da economia de Angola, com impacto directo nas empresas e nas famílias.
A forte dependência de importações e as características mono-produto fizeram com que Angola visse reflectida na economia, nas empresas e nas famílias a queda acentuada do preço do petróleo, a sua principal commodity de exportação, com reflexo no valor da moeda nacional e no poder de compra. O Kwanza, à semelhança do que ocorria desde 2019, voltou a desvalorizar comparativamente às principais moedas.
Deste modo, para fazer face à pressão sobre a moeda, o País implementou uma restritiva política monetária, que levou ao aumento das reservas obrigatórias, à diminuição da massa monetária em circulação e à constituição de reservas em Kwanzas para o incremento das reservas obrigatórias em moeda externa. Adicionalmente, foram adoptadas medidas penalizadoras para reservas livres, a partir de 6 mil milhões de Kwanzas, aplicando uma taxa de custódia sobre o excesso, com impacto directo nos Kwanzas em circulação.
Ainda em 2020, foi implementado o Aviso N.º 10/2020, em substituição do Aviso Nº 7/2019 do BNA – Banco Nacional de Angola, visando o fomento da produção nacional através de um regime de utilização de reservas obrigatórias para crédito à diversificação, a taxas de juro altamente competitivas. Foi continuado o PRODESI (Programa de Apoio à Produção, Diversificação das Exportações e Substituição das Importações), através da contribuição para os encargos financeiros de crédito a projectos de uma lista de bens essenciais à diversificação económica.
Apesar da crise e do contexto, o Executivo continuou a levar a cabo um conjunto de reformas estruturais, nomeadamente ao nível da diminuição da presença do Estado nas empresas, através da implementação do projecto de privatização de 195 empresas.
Para enfrentar os desafios da emergência da crise epidemiológica, o ATLANTICO activou o seu plano de contingência que levou à redução significativa da mão-de-obra presencial a níveis compatíveis com as regras introduzidas pelo Estado e com vista a proteger os Colaboradores. Adicionalmente, foram tomadas medidas destinadas a assegurar a continuação dos serviços bancários aos Clientes, através da adopção de ferramentas de teletrabalho, de modo a garantir a continuidade do negócio de forma adequada e segura.
O ATLANTICO é hoje um banco assumidamente universal, disponível para servir todos, 24 horas por dia e em múltiplas plataformas, um banco mais ágil e focado no Cliente e o Banco líder na transformação digital em Angola. Entregámos com sucesso a visão do ATLANTICO 2.1, missão que nos foi confiada pelos Accionistas em 5 de Maio de 2017.
60%
das agências abrangidas pelo ATLANTICO 24 horas
A industrialização operada na nossa máquina de retalho foi determinante para a consolidação do ATLANTICO enquanto banco universal, nomeadamente no processo de onboarding digital, que nos permitiu alcançar o importante marco de dois milhões de Clientes.
Outro pilar fundamental para a industrialização do retalho foi a aposta no self-banking com escala e em alta disponibilidade, registando-se um cada vez maior número e volume de operações nos ATM e nas máquinas de depósitos directos da rede ATLANTICO 24 horas, conceito que, actualmente, já abrange 60% das agências e todas as províncias de Angola. Esta entrega teve um impacto directo e tangível na melhoria da experiência dos Clientes, permitindo que os mesmos efectuem depósitos, levantamentos, transferências, pagamentos ou consultas a qualquer hora e em qualquer dia da semana.
37%
Clientes digitais activos
Outra entrega relevante passou pelo forte incremento na digitalização dos Clientes, fruto de desenvolvimentos adicionais no ATLANTICO Directo e da aposta no *400#, uma plataforma digital à escala dos dois milhões de Clientes, e que teve um contributo determinante para que 37% dos Clientes activos sejam digitais.
Destaque também para o desenvolvimento de um modelo inovador de gestão e vendas remotas, que permite servir em escala e com maior proximidade, melhorando a experiência dos Clientes. Actualmente, todos os particulares do segmento Prestige são alvo de uma gestão personalizada remota, o modelo Prestige Digital, através do qual podem interagir e dar instruções ao seu gestor por telefone ou e-mail.
O ATLANTICO reforçou, também, o seu papel de parceiro de investimento no financiamento à diversificação da economia e no negócio internacional, através de um sólido ecossistema de parcerias, destacando-se as linhas negociadas com o Commerzbank, o IFC (International Finance Corporation) e o BAD (Banco Africano de Desenvolvimento) de cerca de 180 milhões de Dólares americanos.
O consórcio entre a equipa de Investment Banking do ATLANTICO e do Millennium bcp ganhou a assessoria financeira da privatização da única seguradora detida pelo Estado, a ENSA.
No âmbito do programa de privatizações de empresas e participações públicas anunciado em 2019, foram levadas a concurso a privatização do primeiro banco público, o BCI – Banco de Comércio e Indústria, e da única seguradora detida pelo Estado, a ENSA – SEGUROS DE ANGOLA, por sinal a maior e mais relevante seguradora angolana. Importa dar nota de que o consórcio entre a equipa de Investment Banking do ATLANTICO e do Millennium bcp ganhou a assessoria financeira ao segundo processo de colocação acima referido.
Por último, o mais importante; o reforço do compromisso para com as Comunidades, elevando a responsabilidade à escala dos dois milhões de Clientes.
Não obstante o contexto, o ano foi caracterizado por uma performance aceitável. O Banco fechou o exercício com um resultado líquido de 15,6 mil milhões de Kwanzas e um Rácio de Solvabilidade Regulamentar de 12,3%.
Não obstante o contexto, o ano foi caracterizado por uma performance aceitável. O Banco fechou o exercício com um resultado líquido de 15,6 mil milhões de Kwanzas e um Rácio de Solvabilidade Regulamentar de 12,3%.
Em matéria de Governo e Sistema de Controlo Interno o ATLANTICO dedicou uma atenção especial ao monitoramento dos riscos operacionais e de crédito associados ao contexto pandémico, caracterizado pela diminuição da actividade das empresas e a desaceleração da economia. O ano 2020 permitiu também a entrega de um novo instrumento de compliance de elevada robustez, desenvolvido em colaboração com a Asseco.
Na área de cibersegurança, foram implementados novos meios de controlo e monitoramento da segurança tecnológica, numa época em que o digital conquistou uma relevância global.
Uma área de grande atenção, face ao aumento do uso das ferramentas digitais, foi a cibersegurança. Neste contexto, foram implementados novos meios de controlo e monitoramento da segurança tecnológica, numa época em que o digital conquistou uma relevância global.
Apreciamos e agradecemos a confiança dos nossos stakeholders, em especial os Clientes e Accionistas, que torna possível o nosso trabalho e a realização da missão e do propósito do ATLANTICO. Obrigado. Manteremos o nosso compromisso em ordem a responder e corresponder de forma apropriada à vossa confiança.
Dedicamos igualmente um momento e espaço aos nossos Talentos, às nossas Pessoas, o nosso activo mais crítico e a razão e a base da nossa construção empresarial. A todos os quadros e líderes ATLANTICO estimamos e agradecemos a dedicação, profissionalismo e empenho em transformar o Banco, num tempo de acentuada e continuada mudança.
Continuamos a contar com o vosso compromisso para com o ATLANTICO e reiteramos a nossa missão de continuar a apostar no treinamento dos nossos Talentos para os desafios da consolidação e rentabilidade, através de formação contínua.