CONTEXTO MACROECONÓMICO

A economia angolana cresceu 0,4% em 2023, desacelerando devido à contracção do sector de petróleo e gás. A inflação subiu 20%, e o saldo fiscal sobre o PIB foi de -0,1%.

ECONOMIA MUNDIAL

A economia mundial cresceu 3,1% em 2023, uma desaceleração face aos 3,5% estimados para 2022, de acordo com dados do Fundo Monetário Internacional. A restritividade da política monetária, bem como a redução dos estímulos fiscais, num cenário de elevado endividamento público, associada à manutenção do conflito na Ucrânia retraíram o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) mundial.

As Economias Avançadas viram o seu PIB cumulativo desacelerar de 2,6% para 1,6%, com a economia da Zona Euro a ser mais penalizada, ao cair de 3,4% em 2022 para 0,5% em 2023. Contrariamente à desaceleração das Economias Avançadas, observou-se uma estagnação no crescimento das Economias Emergentes e em Desenvolvimento em 4,1%.

ECONOMIA DE ANGOLA

A economia angolana cresceu 0,4% em 2023, de acordo com dados do Governo, depois de ter crescido 3,1% em 2022. A desaceleração ficou marcada pelo desempenho negativo do sector do petróleo e gás, que contraiu 4,1% em 2023, depois de ter crescido 0,6% no ano anterior. Neste período, a produção de petróleo situou-se em 1,088 milhões de barris/dia, abaixo dos 1,1 milhões de barris/dia apurados em 2022. Por seu lado, o sector não-petrolífero cresceu 1,8%, abaixo da expansão de 3,9% de 2022, tendo sido penalizado pela desaceleração do sector da Agricultura (1,3%), Extracção Mineral (0,5%) e contracção do Sector das Pescas e Derivados (-0,5%).

MERCADOS FINANCEIROS

A oferta monetária, medida pelo agregado monetário M2, aumentou 39,1%, para 15 791,9 mil milhões de kwanzas, impulsionada pelo crescimento nos Depósitos à Ordem em 50,2%, pela subida nas Notas e Moedas em poder do público em 32,5% e dos Depósitos a Prazo em 29,2%. O aumento da massa monetária na economia foi extensivamente explicado pela depreciação cambial e pelo incremento do crédito à economia.

Paralelamente, as taxas de juro de referência do Banco Nacional de Angola (BNA) apresentaram uma tendência divergente, com destaque para a Taxa BNA que se situou em 18,0%, uma redução anual de 1,5 p.p., a seguir a postura menos restritiva da política monetária, não obstante a aceleração da inflação que teve início em Maio de 2023. Na reunião do Comité de Política Monetária do BNA, de Novembro, o Banco Central voltou a aumentar o Coeficiente de Reserva Obrigatória em Moeda Nacional de 17,0% para 18,0% e manteve o Coeficiente de Reservas Obrigatórias em Moeda Estrangeira.

A seguir uma tendência contrária esteve a Taxa de Facilidade Permanente de Absorção de Liquidez, que aumentou 2,5 p.p. para 17,5%. Não obstante, as taxas de juro no Mercado Monetário Interbancário reduziram em média 2,8 p.p., com destaque para a Luibor Overnight que reduziu 6,0 p.p., ao fechar o ano em 4,0%,o menor nível da série histórica do BNA, iniciada em 2005.